“O sistema respiratório é a porta de entrada para a purificação do corpo, mente e intelecto.
O pranayama é a chave”.
B.K.S. Iyengar – Light on Pranayama
A respiração começa quando a vida se inicia, fora do ventre, de forma independente, e termina quando a vida cessa. O treino do pranayama permite mais saúde e qualidade de vida. A capacidade pulmonar dos grandes atletas, mergulhadores, alpinistas e yogis, é consideravelmente superior à comum, devido ao treino das capacidades respiratórias.
Patañjali, nos Yoga Sutras, refere que o pranayama é o controlo da inspiração (svása) e da expiração (prasvasa). Pode ser externo (báhya), interno (ahyábhyantara) ou estável (stambha) e é regulado pelo tempo (kála), pelo espaço (desa), e pelo número (samkhya), podendo ser de curta (suksma) ou longa (digha) duração – YS II – 49 e 50.
As quatro fases da respiração são:
Puraka – Inspiração completa, com recurso à totalidade da capacidade pulmonar
Kumbhaka – Retenção/ Sustentação do ar com os pulmões cheios
Rechaka – Expiração completa e total
Shunyaka – Retenção/ Sustentação do ar com os pulmões vazios.
Estas quatro fases são a base do pranayama, em conjunto com as várias etapas da prática, como estão indicadas no artigo A respiração completa do Yoga.
“Deste modo a luz manifesta-se”.
Patañjali – YS II-52
Patañjali refere que existe ainda um quarto estado que vai além da inspiração e da expiração. Através destas técnicas, “a luz manifesta-se” e “a mente torna-se apta para a concentração (dhárana)”. O pranayama pode ser visto como o acalmar dos pensamentos e é essencial para a prática de yoga (YS I.2 – Yogah Citta Vrtti Nirodhah), para percorrer caminho até à última etapa da prática (Samádhi) e para o derradeiro objetivo do yoga, que é Moksha ou Kaivalya.
Referências
Light on Pranayama – B.K.S. Iyengar
Yoga-Sutra – Aforismos de Yoga – Patañjali – Tradução de José Carlos Calazans