O Hinduísmo é considerado o sistema de crenças mais antigo do mundo, constituindo a terceira maior religião do mundo. O Hinduísmo, ou Sanatana Dharma (“dharma eterno”), não se limita apenas ao carácter religioso, mas estuda, desde a antiguidade, áreas tão vastas como a filosofia, cosmologia, ciência e medicina, teologia, metafísica, práticas ritualistas, entre outros. Como Mircea Eliade indica, a Índia procurou compreender, desde a época pós-védica, a Lei do Karma (causalidade universal), Maya (ilusão cósmica), O Absoluto, e as formas de atingir a libertação e a superação do Si-próprio (Moksa ou Mukti). Estas são as bases da filosofia do Yoga. Para o pensamento indiano, a busca pela verdade conduz o Homem à libertação absoluta. Esta libertação equivale a uma auto-transcendência, a um renascimento como ser livre da ignorância, num plano diferente de existência. O Yoga descrito por Patanjãli tem como última etapa o Samadhi, meditação completa, estado de expansão e comunhão com o Universo, onde as flutuações mentais se encontram cessadas.
A união do Homem com a Natureza e com o Universo é desde sempre retratada na filosofia hindu. Ele é parte integrante da natureza e contém nele próprio uma réplica do Universo, um Micro-Cosmos, sendo também ele próprio a união de Atman (o eu individual) e Brahman (consciência universal). Os rishis, grandes sábios ascetas, ao observarem o Céu, chegaram a conclusões de que existem semelhanças bastante próximas entre a configuração do Cosmos e do Corpo Humano (Brahmanda e Kshudrabrahmanda).
A cosmovisão indiana é holística, compreende o Homem como sendo constituído por corpo, mente, emoções, alma e espírito. Baseia-se no propósito de evolução da alma, através da roda de existências Samsara, tendo com base a ação e o desenvolvimento subsequente da mesma (Karma) e que respeita a natureza, os animais e todos os seres de forma igual. Com base nesse amor e consideração, adota princípios de compaixão, solidariedade, não violência, verdade, entre outros.
Referências:
Yoga e Imortalidade – Mircea Eliade
Wikipedia