Diz a lenda que Brahma teve uma visão sobre o que seriam as criações do Universo e permaneceu 100 anos a contemplar esse espetáculo. Após esse tempo, meteu mãos à obra e começou a criar o céu, a terra, os astros, as plantas, as árvores, os rochedos e os animais. Quando terminou, colocou o globo terrestre no cimo de uma montanha denominada Monte Meru, sagrado para os hindus.
A terra continuava deserta e Brahma decidiu criar habitantes. Tirou da cabeça um homem a quem chamou Brâmane (sacerdote, intelectual, professor) ao qual ofereceu os Veda, os quatro livros sagrados da literatura hindu, e pediu-lhe que os estudasse até ao final dos tempos. Entretanto, como a terra se encontrava cheia de animais selvagens, Brahma retirou do seu braço direito um guerreiro para proteger Brâmane enquanto este se dedicava ao estudo. Porém, não existia ninguém que garantisse a subsistência destes dois homens. Seria necessário alimento, alguém que cultivasse a terra de forma a esta dar frutos.
A pedido dos dois habitantes, Brahma retirou da coxa um terceiro humano, cuja função seria a de agricultor, criador de gado e comerciante. Contudo, os 3 homens acharam que não eram suficientes e pediram novamente a Brahma que criasse um quarto homem. Brahma retirou, de um pé, um artífice, destinado a trabalhar arduamente para os seus irmãos. De seguida, Brahma ofereceu a cada um dos homens uma esposa.
Estas criações geraram o sistema de castas que existe atualmente na Índia:
Os Brâmanes (religiosos, mestres, intelectuais), nascidos da cabeça de Brahma;
Os Xátrias (ordem, justiça, governantes), nascidos dos braços de Brahma;
Os Vaishás (comerciantes, agricultores), nascidos das pernas de Brahma
Os Sudras (mão de obra não especializada, artesãos, operários), nascidos dos pés de Brahma
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Referências:
Deuses da Mitologia – Editora Minerva
Imagens: Sankriti Magazine